Abaixo-assinado cobra ação dos governos sobre incêndios no bioma

Por: Mainary Nascimento
Um abaixo-assinado circula na internet para chamar a atenção das autoridades e pressionar que medidas efetivas sejam tomadas para combater o fogo no Pantanal. A petição, aberta há menos de um mês na plataforma Change.org, já conta com 198 mil assinaturas.
O texto destaca que a tragédia ambiental é a maior em décadas no bioma. “Não podemos fechar os olhos”, apela o abaixo-assinado. “Precisamos que as autoridades olhem para os incêndios que devastam o Pantanal há 7 meses, que se importem mais e tomem as devidas providências com urgência e assertividade para que os incêndios cessem”.

O manifesto destaca os fatores que têm levado o Pantanal a um estado alarmante, entre eles a temporada de seca histórica, mudanças climáticas e o desmatamento crescente em outros biomas, como a Amazônia e o Cerrado. As autoridades são cobradas, ainda, pela diminuição da fiscalização, resultante de um desmantelamento dos órgãos ambientais.
No final do mês passado, o Ministério do Meio Ambiente chegou a anunciar que interromperia as operações de combate ao desmatamento e às queimadas devido um bloqueio de 60 milhões de reais em recursos para o Ibama e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Logo depois, a verba foi liberada e o órgão voltou atrás na decisão.
Os incêndios na maior área úmida continental do mundo produzem imagens que chocam os brasileiros, como do céu da região centro-oeste do país encoberto pela fumaça e de animais que têm o Pantanal como seu habitat natural carbonizados pelas chamas. Na semana passada, uma jaguatirica foi sacrificada depois de socorrida com as quatro patas queimadas.
Destruição recorde
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apenas em julho, o Pantanal registrou 1.684 pontos de queimadas – o índice mais alto desde que o órgão passou a medi-lo, em 1998. Uma análise do período acumulado do ano – de janeiro a agosto – mostra que os incêndios já atingiram cerca de 12% da área total do bioma, ou seja, 18.646 km².
“O mundo vive hoje um cenário ambiental sem precedentes. O Brasil não se exclui disso, com sua política bárbara de proteção à maior planície alagada do mundo e à própria Amazônia. A queimada anual é cíclica, mas, cada vez mais, se eleva, até consumir toda a parte que restou”, alerta o abaixo-assinado que segue aberto e cobrando ação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e dos governos dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
No dia 25 de julho, as Forças Armadas foram empregadas no combate aos incêndios no Pantanal sul-mato-grossense. Em 5 de agosto, a atuação foi ampliada ao Pantanal mato-grossense. A “Operação Pantanal” conta com brigadistas em helicópteros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, que sobrevoam a área despejando água para conter o fogo.
Em comunicado publicado em seu site, o Ministério da Defesa informou que a “guerra contra incêndios no Pantanal” continua com a disponibilização de 14 aeronaves, 31 viaturas e uma embarcação, ocorrendo em parceria com agências federais e estaduais.
Matéria publicada também na CartaCapital.

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