França e Espanha aderem abaixo-assinado brasileiro por proteção ao bioma

Por: Mainary Nascimento
A tragédia ambiental que assolou o Pantanal no final do ano passado causou preocupação não apenas entre os brasileiros. Assim como o mundo sofreu com as imagens das queimadas na Amazônia e na Austrália, entre 2019 e início de 2020, a devastação de mais um bioma também chocou todo o planeta. Uma campanha brasileira intitulada “O Pantanal Importa” ultrapassou as fronteiras nacionais e engajou mais de 90 mil franceses e espanhóis.
O abaixo-assinado, criado por um jovem estudante brasileiro, morador de uma das áreas fortemente afetadas pelos incêndios, Campo Grande (MS), sensibilizou, ao longo do ano passado, 1,3 milhão de pessoas por meio da plataforma Change.org. Diante da tragédia na maior área úmida continental do planeta, a repercussão da petição foi tão grande que seu texto recebeu traduções para o francês e espanhol e foi amplamente divulgado na Europa.

A petição intensificou o debate sobre a necessidade de proteger o bioma e serviu como meio de cobrança da sociedade às autoridades. Além de pressionar o Ministério do Meio Ambiente por medidas de combate às queimadas, o manifesto também cobrou os governos dos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Reforçado pelas assinaturas estrangeiras, o abaixo-assinado fechou o ano como o quarto maior, criado em 2020, na Change.org.
Presente em mais de 196 países e com 432 milhões de usuários espalhados pelos continentes, a organização Change.org permite que as campanhas hospedadas em seu site conectem pessoas com causas comuns para além das barreiras culturais e geográficas. Desta forma, a ação online em torno da defesa do Pantanal provocou até mesmo um tuitaço em três diferentes idiomas, alavancando na rede social a hashtag #PantanalEmChamas.
Embora o período de maior seca no Pantanal já tenha passado e o bioma comece a apresentar alguns sinais de recuperação, a petição permanece aberta para alertar que o cuidado com o Pantanal e o meio ambiente nunca deve parar. Parte do dano sofrido pela flora e fauna pantaneiras pode ser irreversível e, com as mudanças climáticas se agravando em biomas interligados, cenas da devastação tendem a se repetir na próxima temporada de seca.
Junte-se a essa causa em defesa do Pantanal! Assine a petição em http://change.org/PantanalImporta e faça com que a pressão nas autoridades continue
O LASA, Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), registrou 4,350 milhões de hectares incendiados no Pantanal em 2020. O território atingido representa 30% de todo o bioma, que tem uma área total de 150 mil km², estendendo-se pela Bolívia e Paraguai.
“Não podemos fechar os olhos para esta que é a maior tragédia ambiental em décadas no Pantanal. Um desastre sem precedentes”, alerta o texto do abaixo-assinado. “Precisamos que as autoridades olhem para os incêndios que devastam o Pantanal”, acrescenta.
Vida animal

Os incêndios no bioma deixaram um rastro de devastação marcado por imagens da vegetação queimada e também de animais – como jacarés e sucuris – carbonizados pelas chamas. Em meio ao drama, outra campanha foi lançada para sensibilizar o Congresso a aprovar a Política Nacional de Acolhimento e Manejo de Animais Resgatados – AMAR.
A AMAR foi sugerida em um Projeto de Lei (4670/20), de autoria dos deputados federais Célio Studart (PV-CE) e Alessandro Molon (PSB-RJ), para que haja o acolhimento de animais resgatados em desastres, como os que são vítimas das queimadas no Pantanal. Com a intenção de mostrar aos parlamentares a necessidade dessa lei, outra petição, também hospedada na plataforma Change.org, recolheu até agora mais de 200 mil assinaturas.
“Vamos mostrar ao Congresso que o resgate e acolhimento de animais em situações de desastre é uma demanda urgente da sociedade brasileira!”, apela o texto da petição online. Se a lei for aprovada, ações de proteção, resgate, acolhimento e manejo animal serão incluídas nos protocolos de resposta das equipes de socorro e de defesa civil, estabelecendo procedimentos mínimos para a proteção e cuidado de animais silvestres ou domesticados.
Acredita que a AMAR pode fazer a diferença na vida dos animais vítimas de tragédias? Então apoie o abaixo-assinado que visa sensibilizar o Congresso Nacional: http://change.org/AnimaisResgatados
Na justificação do PL, o deputado Célio Studart destaca que os incêndios no Pantanal resultaram em milhares, provavelmente milhões, de animais mortos, e refúgios essenciais para espécies gravemente ameaçadas de extinção, como a arara-azul e a onça pintada, tiveram a maior parte de seu território consumido pelo fogo. Ele aponta, ainda, que o desastre evidencia a necessidade e a relevância de o resgate de animais integrar os protocolos de socorro.
Além de animais afetados por acidentes, emergências e desastres ambientais naturais, o projeto leva em consideração aqueles atingidos pela ação humana. Por isso, a AMAR dá responsabilidades não só ao poder público, mas também a empreendedores e à sociedade em geral. Se aprovada, estados e municípios deverão a adaptar seus protocolos de socorro.
Medidas adotadas
A pressão da sociedade, causada pela campanha e por diversas outras iniciativas espontâneas de mobilização, provocou respostas das autoridades. As Forças Armadas foram empregadas no combate aos incêndios. Também entrou em atividade a “Operação Pantanal” contando com brigadistas em helicópteros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, que sobrevoaram as áreas mais atingidas pelas chamas despejando água para conter o fogo.
Segundo divulgado pelo Ministério da Defesa, as operações ainda contaram com o emprego de viaturas e uma embarcação, ocorrendo em parceria com agências federais e estaduais. Durante a crise, o governo federal também editou um decreto (número 10.424) proibindo queimadas em todo o território brasileiro por um prazo de 120 dias.
Esta matéria foi publicada na 2ª edição da revista digital “Change.org Brasil em Notícias”. Clique AQUI para ler.

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