Estudante surda mobiliza internet

Na imprensa – Estadão: Maria Clara reuniu 80 mil assinaturas na Change.org 

“Minha forma de ouvir não é 100% igual a de ouvintes, tenho mais dificuldade de captar alguns sons”, diz a estudante Maria Clara Rosa Meier. Crédito: Divulgação (descrição da imagem em texto alternativo).

Por: Luiz Alexandre Souza Ventura, do blog Vencer Limites (Estadão)

A estudante Maria Clara Rosa Meier, de 18 anos, que é surda e mora Niterói (RJ), mobilizou a internet durante nove meses e conseguiu reunir 80 mil assinaturas na plataforma Change.org para uma das maiores empresas de educação digital do Brasil, a Descomplica, incluir legendas e tradução em Língua Brasileira de Sinais nas videoaulas.

A oferta de recursos de acessibilidade é uma obrigação para empresas públicas e privadas prevista na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (n° 13.146/2015).

Em setembro do ano passado, a jovem comprou um pacote de cursinho online e depois percebeu que não havia recursos de acessibilidade no conteúdo. Ela tem implante coclear, mas prefere usar aparelho auditivo. Mesmo com o dispositivo, escutar as aulas é difícil.

“Minha forma de ouvir não é 100% igual a de ouvintes, tenho mais dificuldade de captar alguns sons. A legenda, que a Descomplica não oferece, me ajuda nisso”, diz Maria Clara.

A Change.org enviou a reivindicação para empresas ou autoridades. Além disso, a estudante e seus apoiadores fizeram, em outubro, uma ação no Facebook da Descomplica, que ainda não havia se manifestado. A própra plataforma de abaixo-assinados entrou em contato com a empresa de educação digital, que tem aulas preparatórias para o vestibular e para o Enem

De acordo com a Change.org, os responsáveis pela Descomplica informaram que o tema seria considerado com atenção e que um plano de adaptação seria providenciado.

Na semana passada, segundo a plataforma de abaixo-assinados, a empresa de educação confirmou o início da legendagem das aulas.

Maria Clara passou no vestibular e vai cursar Letras, com ênfase em Libras, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a partir de julho.

No ano passado, também pela plataforma Change.org, uma família, com pais surdos e filhas ouvintes, reuniu 152 mil assinatura para pedir recursos de acessibilidade nos cinemas (previsto desde 2015 na Lei Brasileira Inclusão, mas postergado pelo governo federal e pelas empresas), que resultou em mudanças em duas redes.


Matéria publicada no Estadão.


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