Change.org chega a mil vitórias

Na imprensa – Folha de S. Paulo: Ativismo digital atinge resultados no país

Por: Gabriela Caseff, da Folha de S. Paulo*

SÃO PAULO A plataforma Change.org ultrapassou a marca de 1.000 vitórias em abaixo-assinados no Brasil. Desde 2012 no país, a organização mobilizou 233 milhões de assinaturas em campanhas diversas.

O marco representa, segundo a entidade, uma vitória do ativismo digital. “Muitos dos movimentos que ditam e mudam a sociedade, hoje, nascem ou são alavancados por mobilizações na internet”, diz Monica Souza, diretora-executiva da Change.org. “A rede e as ruas estão juntas e misturadas nisso.”

Do total de 1.090 casos com finais felizes —o milésimo foi conquistado em março— 143 se deram entre janeiro e junho deste ano.

A plataforma de petições online Change.org alcança a marca de 1.000 vitórias no Brasil – Divulgação / Change.org

Entre as vitórias nestes nove anos estão a libertação de um animal mantido em cativeiro; a aprovação de um medicamento de alto custo para tratamento de uma doença rara; a instauração de uma comissão para proteção do meio ambiente; a liberação de recursos para a cultura e a educação e a conquista de direitos de acessibilidade a pessoas com deficiência.

“São 34 milhões de brasileiros usando nossa plataforma no país, aumento de 30% em comparação com 2020, o que nos mantém como segunda maior base de usuários da Change.org no mundo”, diz Souza.

Criada em 2007 nos Estados Unidos, a Change.org tem 400 milhões de usuários nos 196 países em que atua, sendo mantida por doações.

PETIÇÕES VITORIOSAS

No ano passado, a plataforma reuniu quase 20 milhões de apoiadores no abaixo-assinado que pedia justiça por George Floyd. O Brasil foi o quarto país mais engajado.

A maior vitória nesses nove anos foi em um abaixo-assinado que cobrava por ações contra queimadas na Amazônia. Criada em 2019, a petição reuniu mais de cinco milhões de assinaturas.

O autor entregou a petição pessoalmente a Rodrigo Maia (sem partido-RJ), à epoca presidente da Câmara dos Deputados. No mesmo dia em que recebeu as assinaturas, Maia criou uma Comissão Externa para avaliar e monitorar políticas públicas ambientais.

Para ajudar no engajamento das campanhas, a equipe da organização promove os chamados “bombardeios” nas redes sociais, convidando assinantes a subirem hashtags no Twitter ou fazerem comentários em páginas dos tomadores de decisão.

Antes da pandemia, a equipe também acompanhava os autores das campanhas em atos e audiências presenciais, muitas dessas no Congresso Nacional. “Oferecemos um espaço democrático para todas as vozes que respeitam as leis”, afirma Monica Souza.

Ela destaca que diversas petições inspiraram a elaboração de projetos de lei. “Em junho, entregamos 30 mil assinaturas pela empregabilidade trans à deputada estadual de São Paulo, Erica Malunguinho, e ela prometeu a elaboração de um PL.”

abaixo-assinado que pede justiça por Miguel Otávio, 5, é um dos destaques da plataforma. “Já são 2,8 milhões de assinaturas de pessoas do Brasil inteiro pedindo por justiça”, afirma Débora Pinho, coordenadora de campanhas da Change.org.

Outro caso é o do entregador de aplicativo Paulo Lima, conhecido como “Galo”. Durante a pandemia, ele criou uma petição pedindo direitos aos entregadores e, meses depois, tornou-se uma das vozes de maior referência da categoria.

“Engana-se quem acha que o abaixo-assinado termina no momento de sua publicação no site. Ali é apenas o início”, diz Débora Pinho.

ABAIXO-ASSINADOS EM ANDAMENTO

Qualquer pessoa pode criar uma conta no Change.org e criar seu abaixo-assinado. Em andamento na plataforma, a petição “Defenda o Livro”, criada por um grupo de estudantes, chegou à Comissão de Educação da Câmara dos Deputados em abril deste ano.

Julia Bortolani, 18, mobilizou quase 1,5 milhão de assinaturas e participou da audiência pública contra a proposta de taxação dos livros em 12%. “A população brasileira não quer essa taxação e prova disso são essas assinaturas”, disse na ocasião.

Um abaixo-assinado que pede posicionamento contra o desmatamento na Amazônia, criado em 2018, segue aberto e reúne mais de seis milhões de apoiadores.

Outro caso atual são as campanhas contra o aumento do valor do fundo eleitoral para financiamento de campanhas políticas em 2022.

Segundo a Change.org, ao menos 18 abaixo-assinados foram criados desde 15 de julho– data em que a proposta de aumento foi aprovada em votação no Congresso Nacional. Em uma delas, há quase 50 mil apoiadores.


*Matéria originalmente publicada na Folha de S. Paulo.


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